quarta-feira, novembro 08, 2006

Rito da Fogueira . 1986

( 2ª parte )



No dia seguinte
é comum voltar ao lugar da fogueira
observar o que sobrou
.
Por vezes ainda está quente , pois os troncos maiores
muitas vezes não ardem de todo
.
Fica então difícil acreditar
que alí, ontem a noite
Tanta gente esteve a sua volta
Confessando-lhe tudo
entregando-lhe as mãos
envolvidos pela sua proteção
.
E agora sobrou tão pouco
que já não faz sentido lembrar
e nem é preciso explicar
que foi bom estar lá
.
Há quem não acredite
Mas quem viu sabe ,
foi um só corpo e um só Deus .
.
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Sob registo no SPA

quinta-feira, novembro 02, 2006

Esclarecimento Poema Metade , mais abaixo.

CATEDRAL ( Poesia de 1988 )

CATEDRAL
.
Para que esconder a verdade
se a sua presença é constante
.
Porque não dizer que a angústia substituiu a saudade
e que a ansiedade esmaga e devora a mais indiferente
estratégia de um homem
.
É possível deixar as queixas para justificar a derrota ?
palavras bem escritas , translúcidas ,
enfermas de vontade e paixão para aliviar a alma...
.
Serão estas confirmadas por Deus ?
.
.
Mauro Burlamaqui Sampaio
.
.
Sob registo na Sociedade Portuguesa de Autores

sábado, outubro 28, 2006

Esclarecimento Poema Metade

Tendo já recebido notificações da Produtora e dos Advogados de Oswaldo Montenegro , dou por
terminado o tratamento deste assunto neste Blog ou noutro qualquer .

Não é correcto , nem faz sentido , colocar em espaço público o Assunto que diz respeito a outras
instâncias e ainda evitar considerações e comentários alheios , sem fundamentos que tantas vezes são espalhados pela Internet .



Com atenção,


Mauro Burlamaqui Sampaio

quarta-feira, outubro 25, 2006

Inconsciente Chegar . 1982 / 83

Inconsciente Chegar


Linda é a inocência de um Rio

que percorre branco e ansioso o seu leito

em busca da ilusão do descanso no Mar
.

No mar que lhe vem salgar e misturar

disseminando todo o seu doce percurso do Inconsciente chegar
.

Em busca de uma vida , uma vida qualquer

mas , que não seja a de um bêbado sem dormir

que sentado numa esquina e perdido nas opções de rumo

ele levanta , cai , chora e ri .

.

Mauro Burlamaqui Sampaio


Sob registo na Sociedade Portuguesa de Autores

terça-feira, abril 18, 2006

Poema O ENCONTRO

O ENCONTRO


De frente para ela ninguém diz que é transparente
Te encontrar outra vez e tentar seduzir –me
É cravar bem fundo tudo aquilo que eu não quis beijar
É tentar fazer de mim uma nova forma de voz

Vou te olhar muito
E imaginar que ainda fazes flor
Porque da vida que pensaste ser bela ,
fizeste apenas uma volta
junto do fim

Deixa me te tocar , quero ver até onde posso ir
Porque é sempre tão difícil dizer que vou estar ao seu lado
Porque não faço disso uma meta
Porque não quero acreditar que sou apenas molde

Mergulha com teu lenço estes anos que não te vi
Porque no peito ficou aquilo que é moldado pelo tempo.
Deixo-me então vacilar em forma de verso .
Para poder mesclar todas cores que não provei


Mergulho neste muro musicado em rebeldia ,
Para acreditar naquilo que senti
Encontro então o teu corpo feito de todo
A enredar –me num abraço profundo

Aconchega e faz-me desvanecer neste percurso de ir e voltar ,
Porque que eu não pedi para ser a sua forma ,
Porque que eu não pedi para ser lembrado


E não me olhes com sorriso fácil ,
Porque eu não te peço perdão .




Mauro Burlamaqui Sampaio
Sob registo na Sociedade Portuguesa de Autores